No Vale do Taquari, Rio Grande do Sul, a cidade de Arroio do Meio se assemelha com um cenário que remete a uma zona de guerra, conforme descrito pelos próprios moradores. Após a redução do nível das águas que inundaram a região, as ruas da cidade revelaram um panorama de desolação, com casas arruinadas, veículos destruídos e um vasto manto de lama e escombros.
As imagens capturadas das ruas mostram a gravidade da situação, com galhos de árvores e restos de construções espalhados, dificultando ainda mais os esforços de limpeza e recuperação. Segundo a prefeitura local, cerca de 90% da população ficou sem acesso a serviços básicos como água potável e eletricidade devido ao desastre natural.
O impacto da enchente foi particularmente severo para os residentes que moravam próximos ao rio, muitos dos quais perderam praticamente tudo. “As pessoas que moravam às margens do rio perderam praticamente tudo,” relatam os moradores, sublinhando a intensidade e a rapidez com que as águas subiram e devastaram a área.
Além da perda material imensa, o município enfrenta agora o desafio logístico provocado pela queda de pontes que conectavam Arroio do Meio à cidade vizinha de Lajeado, isolando ainda mais a comunidade e complicando os esforços de auxílio e reconstrução.
As autoridades locais e equipes de emergência estão trabalhando incansavelmente para restabelecer os serviços essenciais e atender às necessidades das famílias desabrigadas, muitas das quais estão alojadas temporariamente em abrigos improvisados. A prefeitura enfatiza que a prioridade é garantir que todos os afetados tenham acesso a água potável, alimentos e assistência médica.
A tarefa de reconstrução promete ser longa e árdua. O prefeito de Arroio do Meio, em recentes declarações, comprometeu-se a reconstruir a cidade e a vida de seus cidadãos, mas reconheceu que o caminho para a recuperação será desafiador. “A reconstrução da cidade será um desafio após tamanha destruição causada pelas fortes chuvas e inundações,” disse ele, refletindo sobre a magnitude do desastre.
Canoas – 60 dias para a retirada das águas após inundações recordes
Uma das cidades mais afetadas pelas recentes inundações no Rio Grande do Sul, pode levar até dois meses para se recuperar dos estragos causados pelas chuvas torrenciais, segundo o prefeito Jairo Jorge . Em coletiva de imprensa, Jorge informou que, contrariamente às esperanças de uma rápida normalização, as estimativas indicam que a retirada completa da água pode demandar de 45 a 60 dias.
As previsões, baseadas em estudos do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) e da MetSul, refletem a gravidade da situação, exacerbada por Canoas estar cercada de diques, o que aumenta o risco de novos rompimentos e inundações. “Gostaria muito que em algumas semanas as águas baixassem, mas não posso passar aqui uma informação que não é real para dar uma sensação para as pessoas de algo que é muito difícil de acontecer”, explicou o prefeito, evidenciando a complexidade dos desafios enfrentados.
O Rio Guaíba, um dos principais rios da região, mantém níveis recordes de água. Na última medição, o nível estava em 5,28 metros, superando o recorde anterior de 4,76 metros estabelecido em 1941. Segundo Waldez Góes, ministro do Desenvolvimento Regional, espera-se que o nível do rio permaneça elevado durante toda a semana, oscilando entre 5,3 m e 5,5 m, mas com estabilidade.
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