Senadora Soraya vai peitar Azambuja e anuncia sua candidatura à reeleição

A Senadora Soraya Thronicke (Podemos) revela oferta para “sair do páreo” e disputar vaga de deputada. Conforme se apurou,  que a proposta partiu do ex-governador Reinaldo Azambuja (PL), que tenta, ao mesmo tempo, cooptar Renan Contar (PRTB). A disputa para as duas vagas do Senado em 2026 revela que os planos de caciques são de grande manipulação, só falta combinar com o eleitor.

Senadora Soraya desafia ex-governador

Em entrevista recente à BBC News Brasil, a senadora Soraya não só confirmou que “virá para a reeleição”, como revelou uma articulação de bastidor para rifá-la da disputa majoritária.

Questionada sobre pesquisas que a colocam em terceiro ou quarto lugar, Soraya desdenhou: “Eu duvido dessas pesquisas”. Ela relembrou a virada histórica de 2018, quando saiu de quinto lugar para a vitória (apesar de desconsiderar que 2018 foi a onda bolsonarista e que tal fenômeno já não mais existe), e denunciou o movimento para neutralizá-la.

“Estão tentando me tirar do páreo, já me ofereceram o mundo para eu ser candidata a deputada federal. Eu não quero”, disparou Thronicke. Na entrevista, ela fez mistério sobre o autor da proposta, citando apenas “candidatos” do “meu Estado”.

No entanto, conforme apurado com fontes de múltiplos partidos que a oferta partiu do principal articulador da nova direita e extrema-direita no MS: o ex-governador Reinaldo Azambuja, que por anos foi do PSDB.

CAIR ATIRANDO
A manobra de Azambuja, segundo a apuração, visava “limpar” o terreno para sua própria candidatura ao Senado, oferecendo a Soraya uma reeleição “fácil” e garantida como deputada federal, com “toda a ajuda” do grupo. Isso também passaria pela ajuda do mandato atual da senadora em fortalecer com emendas parlamentares.

A resposta da senadora foi uma recusa direta. Fontes próximas a Thronicke afirmam que ela decidiu “peitar” o grupo de Azambuja e ir para o embate franco. O clima é de confronto: se for para cair, “que seja atirando”.

Soraya aposta, conforme disse à BBC, que seu capital político mudou. “Eu conquistei um público novo depois da campanha de 2022. (…) E eu consigo ser o voto número um de muita gente e o voto número dois de muita gente e dos dois campos (esquerda e direita)”.

A disputa pelas vagas do Senado pode ter duas candidatas a presidente de 2022: Soraya e Simone Tebet, que avalia qual rumo tomar em 2026. A ministra articula com o próprio presidente Lula qual o projeto que deverá seguir.

ESTRATÉGIA E FANTASMA

Enquanto tentava tirar Soraya da disputa pelo Senado, Reinaldo Azambuja trabalha intensamente em outra frente para consolidar seu nome e o de seu grupo como alternativa única ao Senado.

Conforme noticiado pela imprensa regional,  o ex-governador também tenta cooptar o ex-deputado estadual Renan Contar (PRTB), considerado, ainda, o maior nome do bolsonarismo no Estado. A oferta seria para Contar compor a chapa ao Senado como seu companheiro, na tentativa de unificar os votos da direita e evitar a fragmentação.

A tática de Azambuja, no entanto, é arriscada e traz à memória um fracasso recente.

A mesma estratégia de “unificação da direita” foi usada para tentar eleger seu afilhado político, Beto Pereira, à prefeitura de Campo Grande. A tentativa de aglutinar forças sob o guarda-chuva tucano não só deu errado, como resultou em uma derrota sentida pelo grupo. Beto terminou em terceiro lugar.

 

 

 

 

tpmn

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