Após troca de advogado e nova tentativa de Francisco Cezário de Oliveira para voltar à presidência da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), a entidade rebateu o ex-mandatário e anexou mais de 20 páginas de documentos para tentar barrar a investida.

Em nova manifestação, após acusação de omissão de documentos, a entidade afirma que toda a documentação mencionada já consta nos processos. Além disso, anexam novamente “por zelo processual e para facilitar a conferência”.
Cezário, investigado pelo Gaeco pelo desvio de R$ 10 milhões da FFMS, trava uma batalha judicial para tentar voltar ao cargo. Para tal, tenta invalidar a Assembleia Geral que o destituiu e nomeou Estevão Petrallas à presidência.
Agora com o 4º advogado desde sua prisão, em maio de 2024, Cezário acusou a federação de não ‘comprovar’ no processo que a assembleia extraordinária que o destituiu oficialmente do cargo tenha seguido todos os trâmites.
A FFMS, por sua vez, ressalta que seguiu todos os procedimentos — inclusive o descarte das cédulas de votação após a lavratura da ata. “[…] juntou [os documentos novamente] de forma organizada e transparente, a fim de que não reste qualquer dúvida quanto à lisura do procedimento, ao integral cumprimento das determinações judiciais e à plena regularidade dos atos praticados pela Federação”, diz a manifestação.
Cezário tenta derrubar cúpula da FFMS
O ex-mandatário da FFMS foi preso no âmbito da Operação Cartão Vermelho, acusado de integrar organização criminosa, peculato, furto qualificado, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Atualmente, ele está em liberdade provisória, usando tornozeleira eletrônica, enquanto aguarda julgamento. Ele permaneceu 28 anos à frente da entidade.
Na assembleia, os atos do gestor estavam em avaliação. Coube aos associados deliberar sobre as consequências e penalidades previstas no estatuto. A defesa de Cezário contestou a legalidade do ato administrativo e diz que vai recorrer na Justiça.
Assim, Petrallas comandou a entidade interinamente até as eleições, que ocorreram em abril de 2025. Após um longo processo que envolveu uma série de conturbadas discussões e investigações sobre a gestão de Francisco Cezário, Estevão António Petrallas foi eleito presidente da entidade.
FFMS diz que Cezário transferiu R$ 2 milhões da entidade a parentes
Para justificar a destituição de Cezário do cargo, a FFMS anexou várias partes do processo criminal em que ele aparece comandando desvios de R$ 10 milhões. Ele atuaria juntamente de parentes que faziam parte da cúpula da entidade.
Dessa forma, a FFMS justificou várias situações evidenciadas pela Operação Cartão Vermelho, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado). Assim, expuseram situações que ‘não coadunam com as boas práticas administrativas’ da federação.
Então, apontou alguns fatos para justificar a destituição: “Transferiu mais de R$ 2 milhões para parentes, omitiu informações de balanços financeiros, falsificava carimbos de estabelecimentos comerciais, entre tantos atos de gestão que não coadunam com as boas práticas administrativas”, diz trecho da petição anexada no dia 10 de fevereiro aos autos.
Por fim, a entidade considerou: “Sobre os atos de gestão irregular e temerária, os mesmos foram objeto de uma criteriosa análise jurídica que foi divulgada previamente, juntamente com a publicação do edital de convocação, para todos os filiados e diretores da entidade, inclusive para o presidente afastado e ora AGRAVANTE, que é subordinado ao Estatuto da entidade como qualquer outro filiado, possuindo o dever de respeitar e cumprir as normas internas da instituição”.
mdx