Aumento do uso de cigarro eletrônico preocupa saúde do MS

Aparelho popularizado nos últimos, o chamado “cigarro eletrônico” se mostra um problema em Mato Grosso do Sul, que até 2024 mantinha-se como 2º no ranking de usuários, trazendo preocupação para a Secretaria de Estado de Saúde (SES) que aproveita a data deste 31 de maio para alertar aos riscos desse dispositivo.

Marcando o Dia Mundial sem Tabaco, a SES aproveita a data universal deste sábado (31) para sinalizar o aumento do consumo de cigarro eletrônico entre jovens, alertando que a nicotina sintética e substâncias tóxicas podem desencadear doenças respiratórias, cardiovasculares e até mesmo câncer.

"Os cigarros eletrônicos acabaram se disseminando entre adultos como uma opção 'cheirosa' aos cigarros convencionais", diz gerente de Prevenção e Controle do Tabagismo da SES

Carla Tatiane Rodrigues Soares é gerente de Prevenção e Controle do Tabagismo da SES e garante: esses dispositivos não são inofensivos.

“Os cigarros eletrônicos acabaram se disseminando entre adultos como uma opção ‘cheirosa’ aos cigarros convencionais e entre jovens como a ‘febre do momento”, afirma a profissional.

A convite do Governo do Estado, o fiscal de Vigilância Sanitária e gerente de Apoio ao Sistema Estadual de Vigilância Sanitária da SES, Matheus Moreira Pirolo, também alerta para os riscos dos populares “pods” e “vapes”, que vão muito além da dependência química.

Segundo o especialista, o uso contínuo pode causar danos severos ao pulmão, problemas cardiovasculares e aumentar o risco de câncer, já que “seus efeitos são potencializados com os denominados sais de nicotina e outras substâncias sintéticas agressivas camufladas com sabor de frutas”, cita Matheus.

Dados da Anvisa apontaram, ao final de 2024, que 14,9% dos jovens de 18 a 24 anos em Mato Grosso do Sul são usuários do cigarro eletrônico.

Nesse mesmo período o instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) e demais entidades mediram a incidência de cigarro eletrônico em Mato Grosso do Sul, colocando o Estado no 2º lugar no ranking.

Lidando com o problema
Importante esclarecer que tanto a importação, comercialização e propaganda deste tipo de produto está proibida desde 2009 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Porém, apesar da proibição, o Governo do Estado frisa que a venda ilegal ainda ocorre com facilidade, “o que reforça a necessidade de fiscalização e informação contínua à população sobre a nocividade do produto”, além das terapias de fim ao tabagismo disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).

A própria SES aponta que mais de 2.600 dispositivos eletrônicos foram recolhidos em ações de fiscalização durante todo o ano de 2023, evidenciando aumento do consumo e necessidade de outras estratégias.

Um desses exemplos é o Programa Saúde na Escola (PSE), ação executada na Rede Estadual de Ensino (REE), com orientações diretas aos alunos sobre os riscos do uso dos cigarros eletrônicos

O chamado “Protocolo de 5 Ações”, lançado em maio de 2024 pela Secretaria de Saúde, é outro desses exemplos de orientações – dadas diretamente aos municípios nesse caso – para  enfrentamento à comercialização e consumo desses produtos.

Em complemento, a gerente de Prevenção e Controle do Tabagismo da SES, Carla Tatiane, traz uma dica para aqueles chamados “adictos” que não se sentem mais confortáveis no consumo contínuo de cigarros e nicotina.

“Para quem deseja abandonar o vício da nicotina, seja de cigarro comum, cigarro eletrônico ou outros fumígenos, a opção é procurar a unidade básica de saúde mais próxima para realizar, mediante avaliação médica, as terapias de fim ao tabagismo disponíveis no SUS”, diz.

 

 

 

 

 

**(Com assessoria)

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