Sem credibilidade e com queda de filiados, União das Câmaras de MS terá dois candidatos à presidência

Com cenário de descrédito institucional e sob o fantasma de operações policiais que investigam fraudes em diárias de vereadores em todo o Estado, a eleição para a presidência da União de Câmaras de Vereadores de Mato Grosso do Sul (UCVMS) tornou-se um campo de batalha política de alto escalão no Estado.

A eleição acontece no próximo dia 2 de abril e tem como candidatos o atual presidente, vereador de Jateí, Jeovani Vieira (PSDB) a, que tentará a reeleição, e o candidato de oposição, vereador de Dourados, Daniel Júnior (PP), que figura como favorito após conseguir apoio  do governador Eduardo Riedel (PSDB); os ex-governadores Reinaldo Azambuja (PSDB) e André Puccinelli (MDB), além da senadora Tereza Cristina (PP) e da cúpula da Assembleia Legislativa (ALMS), liderada por Gerson Claro (PP).

A eleição vai além da disputa por cargos, pois representará um plebiscito sobre a gestão atual da entidade, acusada de opacidade, ineficiência e de ter se distanciado das bases.

Das 79 Câmaras Municipais do estado, apenas 29 permanecem filiadas –  uma queda vertiginosa frente às mais de 60 associadas no passado.  “A UCVMS virou um elefante branco. Vereadores não veem retorno, só escândalos”, dispara Júnior, em crítica direta ao atual presidente.

Crise alimenta disputa

A entidade, criada para fortalecer o legislativo municipal dos municípios de MS, vive seu pior momento. Segundo Daniel, o Ministério Público Estadual (MPE) chegou a emitir alerta aos presidentes de Câmaras: pagar anuidades à UCVMS poderia configurar “improbidade administrativa”, devido a falhas graves em prestações de contas.

Recentemente, a 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande aceitou denúncia contra Jeovani Vieira por conta de supostas irregularidades na prestação de contas de 2021 da entidade. A denúncia aponta falhas de R$ 164,1 mil em pagamentos, com falta de notas. Jeovani nega e atribui o problema a práticas antigas.

“Hoje, a União de Câmaras não serve aos vereadores. Serve a interesses obscuros”, critica Daniel, que tem corrido atrás de apoiadores, com desejo de mudança. Na Capital, Junior Coringa (PSD) e Neto Santos (Republicanos), que planejavam candidatura, abriram mão para apoiá-lo.

Já o atual presidente, Jeovani Vieira, tenta minimizar a debandada. Sem o PSDB estadual e com apoio restrito a vereadores de base, sua campanha aposta continuidade do trabalho realizado.

Para o eleitorado político, a eleição é um teste de fogo para o PP e o PSDB, que, juntos, buscam alinhar os vereadores, considerados principais cabos eleitorais nos municípios, em uma eleição estadual.

 

 

 

ims

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