TJMS homologa delação premiada que implica Prefeita de Sidrolândia em desvios

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul homologou a delação premiada feita por Tiago Basso da Silva, que chegou a ser preso na 2ª fase da Operação Tromper. Além de confirmar o esquema milionário de corrupção na Prefeitura Municipal de Sidrolândia, o ex-servidor arrastou a prefeita Vanda Camilo (PP) para o escândalo que já envolve o seu genro, o vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB).

Silva é o primeiro investigado no escândalo a fechar delação premiada com o Ministério Público Estadual. “Com fundamento no artigo 4º, § 4º, da Lei 12.850/13, deixa-se, por ora, de denunciar TIAGO BASSO DA SILVA pelos fatos descritos na inicial acusatória, por ter pactuado colaboração premiada com o Ministério Público, já homologada judicialmente no âmbito do Egrégio Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul”, diz o MPE na petição encaminhada ao juiz Fernando Moreira Freitas da Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia.

Tiago foi preso na 2ª fase da Operação Tromper, deflagrada em julho do ano passado, e o primeiro a deixar a prisão. Como ele citou o nome da chefe do Poder Executivo, a delação precisou ser homologada por um desembargador do Tribunal de Justiça, já que Vanda Camilo tem foro privilegiado.

A colaboração premiada foi fechada com os promotores de Justiça Adriano Lobo Viana de Resende, coordenador do GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção), Bianka Machado Mendes, de Sidrolândia, Humberto Lapa Ferri, do GECOC, e Tiago Di Giulio Freire, do Gaeco (Grupo Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

A colaboração evitou que Tiago Basso da Silva fosse o 23º integrante da organização criminosa denunciado na ação penal protocolada nesta quinta-feira (18). O vereador Claudinho Serra, empresários, assessores e ex-servidores foram denunciados por corrupção passiva, organização criminosa, peculato e fraude em licitações.

“Ressalta-se que, ao final da instrução processual, o Ministério Público reavaliará a questão e, caso sejam integralmente cumpridas as obrigações assumidas, será solicitado expressamente o arquivamento da investigação em relação a TIAGO BASSO DA SILVA ou, do contrário, será oferecida nova denúncia (ou aditada a presente, a depender da situação) em desfavor dele, cujo prazo, por força do 4º, § 3º,da Lei 12.850/13, poderá ser suspenso por 6 (seis) meses, prorrogáveis por igual período, até que sejam cumpridas as medidas de colaboração, inclusive com a suspensão do respectivo prazo prescricional”, pontuaram os promotores.

Isso significa que Tiago deverá apresentar provas dos fatos apontados na delação premiada. Ele deverá arrastar Vanda Camilo para o meio do escândalo em plena campanha eleitoral, já que ela tinha planos de buscar a reeleição em outubro deste ano.

A prefeita tem o apoio do presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro (PP), réu por corrupção e peculato pelo suposto desvio de R$ 7,3 milhões no Detran, e do presidente regional do PSDB, Reinaldo Azambuja, que foi denunciado pelo suposto pagamento de R$ 67,7 milhões em propinas pela JBS entre 2015 e 2016. Os promotores também enfatizam que a investigação segue a pleno vapor em Sidrolândia. “Com relação aos demais fatos revelados no rel. 005/2024GECOC e que não foram denunciados na presente peça, o Ministério Público informa que irá dar continuidade a investigação”, apontam.

 

 

oj

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