A senadora Tereza Cristina (PP) assumiu, ao lado do senador Rogério Marinho (PL), do Rio Grande do Norte, a liderança da oposição no Senado e ofuscou as estrelas do bolsonarismo, como os ex-ministros Sergio Moro (União Brasil), Damares Alves (Republicanos). A ex-ministra da Agricultura também deixou os colegas sul-mato-grossenses, Nelsinho Trad (PSD) e Soraya Thronicke (Podemos), comendo poeira.
Nesta semana, o jornal Folha de S. Paulo deu destaque para o protagonismo de Tereza no microcosmo do governo Bolsonaro formado no Senado com a eleição de cinco ex-ministros e do ex-vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), do Rio Grande do Sul. Foram eleitos e se juntaram a Ciro Nogueira (PP-PI), que estava na metade do mandato: Damares Alves (Republicanos-DF), Rogério Marinho (PL-RN), Tereza Cristina (PP-MS), Sergio Moro (União Brasil-PR) e Astronauta Marcos Pontes (PL-SP).
Enquanto Marinho e Tereza assumiram a liderança de bancadas e deram trabalho para o governo, Damares, Moro e Pontes, “novatos na política”, acabaram submergindo. Moro ainda corre o risco de perder o mandato. Marinho e Cristina frustraram a expectativa do governo de que o núcleo bolsonarista pudesse ajudar ao menos nas pautas econômicas.
Tereza Cristina chegou a elogiar a Reforma Tributária, mas acabou votando contra após atender apelos de Bolsonaro. A ex-ministra da Agricultura deu corpo à bancada ruralista do Senado e foi peça-chave na aprovação de projetos como o que flexibiliza a autorização ao uso de agrotóxicos, chamado por ambientalistas de PL do Veneno, e o marco temporal para demarcação de terras indígenas.
“O governo tem uma oposição relevante no Senado, isso é uma realidade. Um pouco diferente da Câmara. É uma oposição qualitativa. Tem a senadora Tereza Cristina, o senador Rogério Marinho, o senador Ciro Nogueira”, afirmou o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Tereza Cristina é a única na bancada de Mato Grosso do Sul a ter protagonismo no Senado. Ela também ofuscou Soraya e Nelsinho. Aliás, o ex-prefeito de Campo Grande até foi flagrado em mensagem trocada com Bolsonaro se queixando da atuação “apagada” no parlamento.
Durante o mandato de Bolsonaro, Nelsinho ganhou destaque ao ser um dos principais interlocutores do então presidente no Senado e comandou a Comissão de Relações Exteriores. Soraya foi indicada para ser vice-líder do Governo na Casa e era uma das principais interlocutoras de Bolsonaro até romper com o “ídolo”.
A terceira integrante era Simone Tebet (MDB), que ganhou protagonismo na CPI da Covid e foi a primeira mulher a disputar o comando do Senado. Ela acabou não disputando a reeleição e ficou em 3º lugar na disputa presidencial do ano passado. A emedebista acabou se tornando ministra do Planejamento e Orçamento do Governo Lula.
Depois de Soraya e Simone, Tereza deve ser a próxima sul-mato-grossense a disputar a Presidência da República em 2026. A ex-ministra é um dos nomes cotados para representar o bolsonarismo já que Bolsonaro está inelegível.
com/ag.senado