Ministra Simone Tebet fala em R$ 500 milhões para salvar Rio Taquari, no Pantanal

Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (15), em Campo Grande, a ministra de Estado do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), falou em cálculo estimado de R$ 500 milhões para salvar o Rio Taquari.

Na ocasião, também estava presente o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), em reunião seguida de coletiva, para pontuar planos futuros de governo para o Estado.

Segundo a ministra, vivemos em um momento em que grandes bancos e instituições internacionais estão preocupadas com questões ambientais, para poder arrecadar fundos e aplicar nessa área.

“Temos que aproveitar que há um governo preocupado com questão ambiental e uma ministra de Mato Grosso do Sul para pegar dinheiro de bancos internacionais e cuidar do meio ambiente”, complementa a ministra.

Ela destaca que, nos próximos anos, o Brasil deve receber bilhões de reais para fundos de investimento no Brasil, especialmente para a Amazônia, bem como para o Cerrado.

“Nós sabemos do problema de assoreamento do Rio Taquari, que já perdeu leito. Nós nem sabemos mais qual é o leito do Rio Taquari, porque está todo assoreado”, pontuou.

Diante desse cenário, a ministra explica já ter solicitado o estudo para tal demanda,  chegando a um cálculo estimado inicial.

“A gente acha que isso fica em torno de R$ 500 milhões. O governo do Estado não tem, mas os bancos internacionais têm, e têm vontade de ajudar. Então um bom projeto faz com que a gente consiga captar esse recurso”, destaca a ministra.

Histórico do Rio Taquari

Com 787 quilômetros de extensão, o Rio Taquari é um dos mais importantes rios da Bacia do Pantanal, que nasce no Mato Grosso (MT) e atravessa muitos municípios do Mato Grosso do Sul (MS).

O rio se configura como um dos principais leitos de drenagem das águas da Bacia Pantaneira para o Rio Paraguai e santuário ecológico da região, exibindo, hoje, sinais de devastação.

Apesar de ser um problema atual, a promessa de recuperação do Rio Taquari é antiga e não sai do papel há cerca de 20 anos.

Ainda em 2006, o Governo Federal definiu um Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) para discutir ações emergenciais para recuperação ambiental da bacia do rio do Taquari, o qual permanece em estado de degradação.

Conforme estudo anterior do Governo Federal, a origem dos problemas do Taquari está concentrada na parte alta do rio, onde há uma grande quantidade de sedimentos provenientes do uso inadequado do solo de pastagem.

Esses materiais sólidos são levados para a parte baixa da bacia, causando, por exemplo, o assoreamento do rio.

Os estragos do rio vêm sendo causados ao longo de 30 anos, resultando no cenário ecológico que vemos hoje.

Ainda conforme destacado pelo Governo Federal, entre as consequências causadas pelo assoreamento do rio, vê-se a degradação dos recursos naturais como solo, água, vegetação e a diminuição da fauna terrestre e aquática.

Estragos diários

Dados da Embrapa Pantanal, apresentados em 2021, mostravam que a sedimentação diária é de cerca de 36 mil toneladas.

“Isso acontece por conta do forte potencial erosivo dos solos, do regime de chuvas da região, das elevações de nível da água do Rio Paraguai em boa parte do ano e da enorme diferença de nível entre a nascente e a foz, fazendo com que o rio passe, nas suas cabeceiras, de uma altitude de 800 m para 200 m em apenas 300 km de extensão”, apresentou.

Ainda conforme o estudo, o assoreamento pode fazer com que milhares de quilômetros quadrados de terras localizadas no Pantanal sejam inundadas permanentemente.

 

 

 

aen

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *