“Estou muito feliz com a oportunidade de serviço que estou tendo. São benefícios maravilhosos que recebo, não só pelo fato de ser remunerado, mas sim, por ter uma ocupação e o tempo passar mais rápido”, esse é o relato do Jeferson Douglas Rodrigues, de 30 anos. Ele é reeducando do presídio da gameleira em Campo Grande e trabalha com a reforma de carrinhos de supermercados.
Assim como ele, outros 6,2 mil reeducandos de Mato Grosso do Sul trabalham dentro e fora dos presídios desempenhando atividades com e sem remuneração. Isso representa cerca de 36% da massa carcerária. Tais números coloca o estado entre os que possuem os maiores índices de presos trabalhando, segundo dados do Sistema de Informações Penitenciárias (Infopen) no Brasil.
O Jeferson foi preso por tráfico de drogas em 2018, ele recebe um salário-mínimo consertando os carrinhos. A cada três dias de trabalho, se reduz um dia de pena dele. De acordo com informações da Agência Estadual de Administração do Sistema Estadual do Estado, a Central de Manutenção de Carrinhos é do Grupo Pereira, que atua no ramo supermercadista e de atacarejos.
Também na gameleira, trabalha o José Victor Souza André de 38 anos fazendo pães numa padaria conveniada ao presídio. Ele foi preso por tráfico de drogas em dezembro de 2016. “Graças a Deus eu recebi uma oportunidade de trabalhar na padaria, aprender uma profissão. Isso é muito importante pra mim, muito gratificante”, comenta.
A padaria emprega cinco detentos que são remunerados por empresas conveniadas à Gameleira, cada uma se responsabilizando por um salário mensal. A produção diária gira em torno de 2.250 pães, sendo que 1.250 deles são vendidos para atender o próprio quantitativo do presídio. E, com os recursos obtidos com as vendas, são fabricados 1.000 pães por dia útil que são encaminhados à doação, totalizando mais de 20 mil pães doados por mês.
A massa carcerária no Estado é de 20.295 detentos (incluindo monitorados com tornozeleira / se excluirmos são 17.087). Entre os objetivos desse incentivo ao trabalho está o de reduzir os índices de reincidência criminal.
Para que esse objetivo seja alcançado as parcerias estabelecidas com empresas que utilizam essa mão de obra prisional são muito bem-vindas.
Nos últimos cinco anos, a Agepen conseguiu ampliar em cerca de 20% o total de empresas conveniadas que oferecem ocupação produtiva e remunerada aos custodiados. Ao todo são 212 instituições públicas e privadas parceiras, abrangendo atividades como construção civil, confecção de vestuário, produção industrial de couros, frigoríficos, costura de bolas, restaurantes, limpeza pública, serviços gerais, entre várias outras frentes de trabalho.
Essas atividades são importantes e ajudam os detentos no processo de ressocialização. “Tenho sonho de continuar me profissionalizando assim que eu sair daqui. Fazer uma faculdade, algo que venha me ajudar e ajudar minha família”, finalizou Jeferson.
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