Pantanal queima menos e respira melhor no começo de 2025

Nos três primeiros meses de 2025, o Pantanal teve bem menos fogo do que no mesmo período do ano passado. Segundo o MapBiomas, que monitora queimadas no Brasil, a área atingida caiu 86%: foram 10,9 mil hectares queimados agora, contra mais de 70 mil hectares no início de 2024.

No Pantanal, o tipo de vegetação mais atingido continua sendo as áreas abertas, com capim baixo que secam rápido e pegam fogo com facilidade.

É uma boa notícia para o bioma que, nos últimos anos, virou símbolo do fogo fora de controle. Mas os especialistas fazem questão de lembrar que a redução não é só mérito do esforço humano — o clima ajudou bastante. Choveu mais em algumas regiões, o que manteve o solo úmido e dificultou o avanço das chamas.

Mesmo assim, o trabalho de prevenção começou cedo este ano. Desde janeiro, fazendeiros, governos e especialistas têm se reunido para discutir como lidar melhor com o fogo. Já houve seminário internacional, dias de campo, encontros com sindicatos rurais e até treinamento com brigadistas na região da Nhecolândia.

“Ainda é cedo para dizer que é tudo resultado das ações preventivas. Mas o esforço conjunto está acontecendo desde o começo do ano”, explica Márcio Yule, coordenador do Prevfogo/Ibama em Mato Grosso do Sul.

Um dos pontos positivos é o aumento no número de brigadistas. Em 2021, o Pantanal contava com 110. Agora são 187 só em Mato Grosso do Sul, o que melhora a resposta rápida em caso de incêndio.

Outros biomas ainda preocupam 

Enquanto o Pantanal respira um pouco melhor, o Cerrado acendeu o alerta: as queimadas aumentaram 12% em comparação ao mesmo período do ano passado. No total, 78% das áreas queimadas no Brasil neste início de 2025 estavam cobertas por vegetação nativa, ou seja, matas e campos que não foram alterados pelo homem.

No Pantanal, o tipo de vegetação mais atingido continua sendo as áreas abertas, com capim baixo — que secam rápido e pegam fogo com facilidade.

“Temos que falar mais sobre como usar o fogo de forma controlada e menos sobre incêndiofora de controle”, diz Yule. “O fogo sempre existiu no Pantanal. O que muda é a forma como a gente lida com ele.”

Olho na seca 

Apesar do bom começo de ano, a preocupação agora é com os próximos meses. A seca está chegando, e se vier mais forte, o risco de novos incêndios aumenta. Por isso, o trabalho de prevenção precisa continuar — com informação, cuidado e gente preparada.

A queda nos números mostra que é possível fazer diferente. Mas manter o Pantanal vivo e saudável é tarefa de todos: governo, produtores rurais, moradores da região e sociedade.

 

 

 

fonte: MapBiomas

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