O Pantanal de Mato Grosso do Sul está enfrentando uma das piores temporadas de queimadas já registradas, com mais de 848 mil hectares destruídos pelas chamas. Para enfrentar a crise, um grupo técnico está intensificando suas ações para proteger a fauna do bioma afetado pelos incêndios.
De acordo com informações do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais, os incêndios já consumiram uma área extensa, impactando gravemente a biodiversidade da região. Em resposta, equipes de voluntários estão realizando monitoramento contínuo e fornecendo suporte nutricional aos animais.
O trabalho inclui a utilização de aceiros — faixas desprovidas de vegetação criadas para conter e isolar o fogo — e a criação de rotas de fuga para os animais. Além disso, o suporte nutricional visa compensar a perda de alimentos causada pela destruição da vegetação.
“Os animais ficam com a alimentação comprometida após o fogo consumir toda a biomassa. O suporte nutricional é fundamental para a sobrevivência deles até que o ecossistema se recupere”, explicam os responsáveis pela ação.
O grupo é o único autorizado para realizar esse tipo de suporte, diferenciado da prática ilegal de ceva, que envolve a alimentação de animais silvestres de maneira prejudicial.
Nas últimas 48 horas, o Pantanal registrou 58 novos focos de incêndio, com um total de 645.575 hectares queimados. Os dados mostram que as queimadas em 2024 já superaram o recorde anterior de 2020, com um aumento de 103% em relação ao período comparativo.
O fogo no Pantanal é um fenômeno esperado entre o final de julho e agosto, mas este ano a temporada foi antecipada devido a condições climáticas extremas e seca severa, além da contribuição humana para a propagação das chamas.
Em um incidente recente na região de Nhecolândia, um caminhão atolado provocou um incêndio que se espalhou rapidamente pela vegetação seca. As equipes de emergência estão concentradas no combate às chamas, utilizando recursos terrestres e aéreos para controlar a situação.
Os esforços contínuos para enfrentar os incêndios e proteger a rica biodiversidade do Pantanal são essenciais para mitigar os impactos desta crise ambiental e garantir a sobrevivência da fauna local.
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