Desmatamento não vai ser resolvido só com mercado de carbono


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Pixabay

O desmatamento na Amazônia é uma questão central nas discussões internacionais devido aos impactos que as mudanças no uso da terra podem ter sobre o clima global. De acordo com dados recentes do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), houve uma redução de 63% no desmatamento nos primeiros dois meses deste ano em comparação com 2023.

No entanto, áreas equivalentes a 327 campos de futebol ainda foram desmatadas diariamente. Francisco Higuchi, CEO da Tero Carbon e especialista em ecologia e manejo de florestas tropicais, ressalta que o desmatamento deve ser analisado de forma abrangente, considerando diversos fatores.

“Se essa área tiver sido derrubada para a implementação de projetos agro sustentáveis, pode-se dizer que é ‘do jogo’. No entanto, o problema maior em relação ao desmatamento é o resultado que não se traduz, por exemplo, em indicadores socioeconômicos, fazendo com que essa derrubada da floresta se apenas traga prejuízo ao clima, sem gerar qualquer saldo positivo”, afirma.

O mercado de crédito de carbono é visto como um mecanismo importante para financiar ações de combate ao aquecimento global. No entanto, especialistas alertam que ele não pode ser considerado como a solução definitiva para a proteção da floresta amazônica. Em vez disso, é um serviço derivado do manejo sustentável desse bioma, visando mitigar os impactos ambientais. É enfatizado que a preservação da floresta deve estar associada a benefícios adicionais, como emprego, geração de receita e impostos.

“Projetos de crédito de carbono na Amazônia oferecem condições de mercado e linhas de crédito mais acessíveis para aqueles que buscam reflorestar a região. Algo que sem o apoio do crédito de carbono fica inviável para os produtores locais que não têm como arcar com altos juros de limites dos créditos disponíveis, que muitas vezes são inferiores ao mínimo necessário para fazer o reflorestamento”, diz Higuchi.

 

 

 

Imazon

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