Caminhão de carne que faria a rota bioceânica nem saiu do MS

Enquanto os empresários e executivos do governo de Mato Grosso do Sul chegaram em Iquique, no Chile, onde devem participar do 4º Foro de Los Territorios Subnacionales Del Corredor Bioceânico Capricórnio, envolvendo empresários de várias nacionalidades, o caminhão de carne bovina da JBS, com 12 toneladas que abriria a Rota Bioceânica, está retornando para Campo Grande.

De acordo com servidores da aduana de Ponta Porã,  a equipe foi avisada no final da tarde e hoje (28), que a empresa JBS havia desistido de seguir viagem, após espera de quatro dias para conseguir entrar no Paraguai.

O Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul (Setlog), relatou que já enviou a documentação reversa, mas mesmo assim, o  caminhão está retornando para Capital.

“Os documentos já foram entregues para a Receita Federal, via despachante. Estamos enviando os papeis para cancelar a exportação”, relatou o diretor administrativo do Setlog, Dorival Oliveira.

Travado no pátio da Receita Federal

Como o veículo ficou parado por mais de 4 dias, entramos em contato com um representante de aduana de Ponta Porã, para entender o que realmente aconteceu com o veículo.

Ele foi enfático em dizer qual foi o problema e porque o caminhão ficou travado na alfândega.“O motorista chegou na aduana sem nenhuma documentação em mãos. Estamos seguindo o nosso trabalho. Orientamos para que a empresa contrate um despachante e correm atrás de todos os requisitos para que possamos autorizar que o veículo atravesse para o lado paraguaio”, enfatizou o agente da Receita Federal, Ricardo Cheno.

Questionado sobre quais são os documentos necessários para que o caminhão da JBS possa atravessar a fronteira com mais agilidade, o representante da Receita Federal foi explicativo. “O caso desse caminhão da JBS é parecido com de vários exemplos em que nos deparamos por aqui. Muitas das empresas não enviam a documentação correta, como o peso, carga, veículo/placa; pagamentos de impostos; liberação da Anvisa, licenciamento ou pagamento de ICMS. Por isso que eles ficam travados na alfândega e as empresas reclamam da gente”, relatou.

“O nosso trabalho é muito ágil. Se as empresas brasileiras enviassem a documentação toda correta, liberamos em questão de horas. O grande problema é a tramitação, as empresas enviam o caminhão primeiro e a documentação chega depois, sempre faltando alguma coisa. É por isso que muitas transportadoras reclamam da demora de 5 a 7 dias na fiscalização”, enfatizou Ricardo Cheno.

Apesar da Rota Bioceânica não existir, Cheno relatou que as aduanas não são os maiores problemas e sim a falta de infraestrutura nas cidades em que a rota passará. “Eu não conheço essa rota, ela praticamente não existe até o momento e o trabalho em Porto Murtinho será bem diferente do nosso. Mas tem uma coisa que me irritou foi que as empresas jogaram a culpa nas nossas costas. Não travamos ninguém, fazemos o nosso trabalho. O problema não está aqui”, relatou

Ele foi enfático em dizer quais os problemas que o caminhão deve enfrentar durante o trajeto.

“Estou lendo diariamente notícias da Rota Bioceânica, até porque a gente da Receita Federal vê como positivo a rota para a economia do país, mas li que as caminhonetes que tem traçado 4×4 ficaram atoladas, imagina um caminhão com 12 toneladas de carne bovina. O trânsito paraguaio é livre, e trabalhamos em conjunto com eles. O problema é que esse caminhão não passará no Chile, porque lá eles seguem outras normas sanitárias”, enfatizou o representante da Receita Federal.

Test-drive da Rota Bioceânica fracassou

O caminhão com 12 toneladas de carne bovina desossada e congelada foi enviado na última quinta-feira (23), como um um test-drive para saber as dificuldades que enfrentará no caminho para Iquique, cidade chilena no Oceano Pacífico. De acordo com o Setlog, o retorno foi decidido por causa dos percalços que os empresários enfrentaram no caminho.

“Lançamos o caminhão na frente da expedição com objetivo de nos encontrarmos no meio do percurso. Assim que chegamos no alto Paraguai em Boquerón, ficamos atolados. Se as caminhonetes que são traçadas passaram com dificuldades, imagina um caminhão. Por isso decidimos o retorno  do veículo, porque a intenção é que fizesse o mesmo caminho”, contou.

 

Caravana da Rota Bioceânica chega em Iquique (CHI)

Aproximadamente 107 pessoas em 36 caminhonetes chegaram nesta terça-feira a Iquique. Pelas redes sociais, o secretário do Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Veruck relatou sobre a chegada no litoral chileno. “chegamos em Iquique, que fica na região de Tarapacá, ponto final da Rota Bioceânica”.

Em outro post em suas redes sociais, relatou sobre a experiência da viagem. “Acabamos de nos reunir com os governantes (chilenos) e foi um sucesso. [viagem] Muita aprendizagem e desafios”, relatou.

 

 

 

 

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