A irregularidade das chuvas tem sido um fator crítico para o atraso. Em Campo Grande, por exemplo, houve apenas 17 milímetros de chuva em outubro, e embora algumas regiões tenham experimentado precipitações mais generosas, nenhuma frente fria que passou pelo estado beneficiou a região central de maneira uniforme. Cidades como Sidrolândia, no entanto, tiveram chuvas mais significativas, totalizando 68 milímetros, enquanto Rio Brilhante registrou 239 milímetros, destacando ainda mais a irregularidade das chuvas neste ano.
Nas regiões sul e norte do estado, a situação do plantio é mais promissora. Na região sul, que abrange 30 municípios, 23,6% da área prevista para o plantio já foi concluída, superando a média histórica. No entanto, nas áreas de Jardim, Guia Lopes da Laguna, Bonito e Bela Vista, os trabalhos estão atrasados devido à falta de chuva. O mesmo padrão de atraso devido à precipitação irregular é observado na região norte, que abriga importantes áreas produtoras, como São Gabriel do Oeste, Costa Rica e Chapadão do Sul. Mesmo que a região tenha progredido com o plantio em comparação aos anos anteriores, em algumas localidades, como Camapuã e Paraíso das Águas, menos de 5% das sementes foram lançadas.
Para a atual safra, é previsto um aumento de 6,5% na área plantada com soja em relação ao ciclo anterior, atingindo 4,265 milhões de hectares, com uma produtividade estimada de 54 sacas por hectare. A produção total deve alcançar 13,818 milhões de toneladas, representando uma ligeira redução em relação à safra anterior, que ultrapassou 15 milhões de toneladas.
Apesar dos desafios climáticos, até o momento, todas as lavouras de soja estavam em boas condições, de acordo com a Aprosoja. Historicamente, a janela de plantio concentra-se entre meados de outubro e início de novembro, período em que cerca de 70% do plantio é concluído.