A área de cultivo de soja em Mato Grosso do Sul teve um aumento notável de 100% ao longo de uma década, de acordo com dados do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga-MS). Na safra 2013/2014, eram dedicados 2,1 milhões de hectares ao cultivo da oleaginosa, enquanto a estimativa para o ciclo 2023/2024 sugere que serão utilizados 4,2 milhões de hectares.
Nesse mesmo período, a produção de soja mais que dobrou: há 10 anos, foram colhidas 6 milhões de toneladas, enquanto a projeção para o ciclo atual, que começa neste mês, é de 13,8 milhões de toneladas, representando um aumento de 130%.
O secretário da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, explicou que o aumento da área cultivada ocorreu principalmente devido à recuperação de pastagens degradadas.
“Expandimos a produção de soja para áreas anteriormente utilizadas pela pecuária e que estavam em algum grau de degradação. Isso demonstra que a política agrícola do estado tem obtido resultados significativos”, destacou Verruck.
Ele enfatizou ainda que o setor agropecuário desempenha um papel crucial no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso do Sul, contribuindo com um aumento de 5,5% no PIB do estado.
Embora a produção de soja tenha aumentado consistentemente, a estimativa para o ciclo atual sugere uma safra menor do que a do ano passado. A Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS) informa que a produção de 13,8 milhões de toneladas será 7,92% menor do que a safra recorde do ciclo anterior, que colheu 15 milhões de toneladas.
A produtividade também caiu 13,52%, de 62 sacas por hectare para 54 sacas por hectare, devido à estiagem severa registrada em 2021/2022.
Apesar dessas flutuações, o custo de produção por hectare na safra atual diminuiu 10%, de R$ 6.860,08 no ciclo anterior para R$ 6.170,61 neste ano. No entanto, o custo da saca por hectare aumentou 20%, passando de 42,88 sc/ha para 51,42 sc/ha, devido à queda do preço médio da saca, que caiu de R$ 180 para R$ 120.
A diversificação da economia do estado também afetou a pecuária, que viu uma redução de 12,41% no rebanho bovino ao longo de 10 anos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mato Grosso do Sul caiu da quarta para a quinta posição no ranking nacional de pecuária, com um rebanho que diminuiu de 21,498 milhões de cabeças em 2012 para 18,433 milhões em 2022.
A expansão das áreas de florestas plantadas é outro destaque da diversificação econômica do estado, com a previsão de aumentar a área para 2 milhões de hectares nos próximos anos. Este crescimento diversificado é fundamental para o desenvolvimento econômico contínuo de Mato Grosso do Sul.
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