CNJ investiga mau uso de recursos públicos pela “Lava Jato” de Curitiba

Uma investigação em curso pela Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) está lançando luz sobre a operação da “Lava Jato” em Curitiba, com revelações preocupantes sobre o uso de recursos públicos. O relatório preliminar aponta para a possibilidade de um conluio entre diversos operadores do sistema de justiça, destinando valores e recursos no Brasil para permitir que a Petrobras pagasse acordos no exterior, com benefícios exclusivos para os membros da força-tarefa.

Os resultados parciais da correição extraordinária, conduzida na 13ª Vara Federal de Curitiba e na 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, revelam indícios de uma gestão caótica no controle de valores provenientes de acordos de colaboração e leniência firmados com o Ministério Público Federal e homologados pelo juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba. Entre 2015 e 2018, o grupo de procuradores de Curitiba recolheu e repassou à Petrobras a quantia de R$ 2,1 bilhões, sob a justificativa de ressarcimento por desvios praticados.

Esses recursos possibilitaram à Petrobras, que estava sob investigação de autoridades americanas, firmar acordos no exterior. Segundo esses acordos, o dinheiro devido fora do Brasil seria investido na criação de uma fundação voltada para atividades anticorrupção. No entanto, a forma como essas verbas foram tratadas levanta sérias preocupações, incluindo a circulação dos recursos em contas paralelas sob pretexto de baixo rendimento nas contas judiciais.

A conclusão preliminar da CNJ aponta para a existência de um possível conluio entre operadores do sistema de justiça para direcionar valores e recursos no Brasil, beneficiando a força-tarefa da “Lava Jato”. A correição ainda está em andamento e resultará em um relatório final que determinará as responsabilidades dos envolvidos. O CNJ adiantou que serão propostos procedimentos disciplinares contra magistrados e servidores envolvidos.

 

 

fonte: CNJ

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