O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Argentina disparou para 12,4% em agosto, marcando o valor mais alto em 32 anos, conforme revelado pelo Instituto Nacional de Estatística e Censo (Indec) em seu último relatório, divulgado nesta quarta-feira, 13 de setembro. Em comparação, a inflação em julho havia sido de 6%.
Essa leitura surpreendeu ligeiramente os analistas do mercado financeiro, que estimavam um aumento mensal de 11,9%. É importante notar que este é o pior resultado mensal desde fevereiro de 1991, quando a inflação atingiu 27%. Mesmo durante o período de crise inflacionária em abril de 2002, a taxa estava em 10,4%. Além disso, a taxa acumulada nos últimos 12 meses atingiu 124,4%, superando as expectativas de mercado de 122%. Em 2023, a inflação já atingiu 80,2%.
Os aumentos de preços em alimentos e bebidas foram os principais impulsionadores desse aumento, com um aumento de 15,6%. A carne, pão e verduras se destacaram com aumentos notáveis, sendo que a carne teve um aumento de quase 50% no mês. Enquanto isso, os serviços de saúde tiveram o segundo maior aumento no IPC, com uma alta de 15,3%.
O setor de comunicações foi o que teve o menor aumento em agosto, registrando um aumento de 4,5%. Isso ocorre após o governo acordar com o Fundo Monetário Internacional (FMI) uma desvalorização do dólar oficial e uma queda de 20% no valor do peso. Atualmente, a taxa de câmbio oficial é de 350 pesos, menos da metade do valor da taxa de câmbio paralela.
A última Pesquisa de Expectativas de Mercado (REM) do Banco Central da Argentina estimou que a inflação em 2023 seria de 14,9%. No entanto, esses dados foram publicados antes da decisão de desvalorização do peso. O FMI, por sua vez, prevê uma inflação média anual de 115% para 2023.