Missão de MS conhece Arauco no Chile e define tratativas sobre megaempreendimento em Inocência

Definir as tratativas para a implantação da indústria de celulose da Arauco em Mato Grosso do Sul e conhecer as potencialidades e a tecnologia avançada do grupo chileno no setor. Estes foram alguns dos pontos destacados na viagem da comitiva sul-mato-grossense, comandada pelo Governo do Estado Eduardo Riedel, à sede da empresa de celulose em Concepcion e Santiago, no Chile.

O governador foi acompanhado na visita às instalações da Arauco no Chile pelo secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, do ex-governador Reinaldo Azambuja, da senadora Tereza Cristina e do prefeito de Inocência, Toninho da Cofap.

“Nós estamos em comissão oficial do Estado de Mato Grosso do Sul para o Chile, e o objetivo principal dessa viagem são as negociações. Fazer as últimas tratativas com a Arauco, que é a segunda empresa mundial em termos de produção de celulose de fibra curta, que é essa que nós temos no Estado, produzida a partir do eucalipto”, salientou o secretário.

Ele esclareceu que na quinta-feira, no primeiro dia de viagem, a comitiva conheceu na cidade de Concepción, que fica 400 quilômetros ao sul do Chile, as atividades da empresa. “Tivemos a oportunidade de conhecer as atividades que a Arauco desenvolve. A filosofia dessa empresa, como efetivamente eles trabalham em relação à produção de celulose”, destacou.

Verruck pontuou que a Arauco produz, por exemplo, painéis. “Eles são os líderes na produção de painéis, na exportação de painéis. Então, além do uso da madeira para a celulose, eles também fazem painéis. Aqui a madeira é utilizada na celulose, existe uma fábrica dedicada para a celulose só de eucalipto, como acontece em Mato Grosso do Sul. Além disso eles também trabalham fortemente com pinos na celulose, mas principalmente na venda e produção de painéis”, explicou.

O secretário afirmou que o primeiro ponto importante da reunião com a diretoria na apresentação, foi estabelecer os parâmetros de evolução do projeto Sucuriú, no município de Inocência.

Tecnologia de ponta

Na cidade de Concepcion, onde a comitiva desembarcou, Verruck conta que foram conhecer a BioForest, que é o centro de pesquisa e desenvolvimento da Arauco. “A Arauco tem um centro de pesquisa próprio, onde nós pudemos conhecer os laboratórios de biotecnologia e de desenvolvimento de variedades, tanto de eucalipto como de pinos. Na ocasião, conhecemos os laboratórios da área industrial de fabricação de celulose, de testes da produção e de pesquisa vinculada diretamente para o produto”, acrescentou.

Outro ponto destacado por Verruck foi a oportunidade de entender qual é a lógica ambiental, de sustentabilidade e de carbono da Arauco. “A empresa trabalha com eixos extremamente importantes, que é essa questão do carbono, da biodiversidade e toda a sustentabilidade. Verificamos, dessa forma, que as ações estão alinhadas com a proposta do Governo do Estado. Entendemos porque a Arauco já é uma empresa carbono negativa e vai repetir obviamente todo esse modelo com a otimização de uso de água em Mato Grosso do Sul, com plantio de floresta. Então é uma pesquisa bastante intensa, mostrando que na área da ciência, tecnologia e inovação, a Arauco tem esse BioForce, tem esse estudo de pesquisa e nós já estamos alinhando a parceria desse estudo”, complementou.

O objetivo, conforme Verruck é que as universidades de Mato Grosso do Sul ampliem a relação com a pesquisa da empresa chilena, já que realiza parceria com universidades de Minas Gerais e principalmente com a Embrapa para desenvolvimento de novas variedades. “É importante conhecer esse sistema de pesquisa e mostrar realmente como isso está alinhado com os propósitos que nós temos também no Estado.

Linha de produção

O comitiva sul-mato-grossense também conheceu uma nova linha de produção de 1,2 milhão de toneladas de celulose da Arauco. “A indústria que eles farão em MS tem previsão de produzir 2,5 milhões de toneladas. Quer dizer 1,5 milhão de toneladas a mais. Isso nos deu uma noção de como será o empreendimento no Estado. Então percebemos a dimensão do projeto, o nível tecnológico que a empresa tem utilizado, como ela trabalha em relação à comunidade e nas qualificações. Então percebemos que a vinda da Arauco para Mato Grosso do Sul será um empreendimento muito importante”, destacou.

Verruck ainda enfatizou a magnitude do Projeto Sucuriú para a economia e desenvolvimento de Mato Grosso do Sul. “É um empreendimento onde a Arauco, nesse momento, amplia sua base florestal para poder ter eucalipto no meio da produção. Está em fase de licenciamento, inclusive no dia 17 teremos uma audiência pública no município de Inocência, onde vamos debater com a comunidade, todos os atores, apresentando o licenciamento ambiental do EIA-RIMA para a implantação da indústria. O cronograma, dentro daquilo que a indústria está se propondo, é que até o final do próximo ano tenhamos todo o processo de licenciamento já definido, todas as análises de impacto rodoviário, impacto na comunidade, quais que são as atividades mitigáveis, como nós vamos fazer a governança e a gestão desse território que passa a receber a nossa Costa Leste.

Governador conhece as tecnologias usadas na indústria

A vinda da indústria, deve representar um aporte de investimentos que podem alcançar R$ 25 bilhões. “É muito similar ao que já acontece no município de Ribas do Rio Parque, onde o tamanho das plantas industriais sendo instaladas em Inocência são similares.
Hoje a comitiva realiza também reunião com a Sonda, que é uma empresa de tecnologia que hoje no Estado atua na nossa PPP de Infovias. “A Sonda está instalando o cabeamento de Infovias em todo o estado de Mato Grosso do Sul, conectando os nossos 79 municípios. Então vamos ter uma reunião também além da Arauco, com a Sonda, aqui em Santiago”, concluiu.

A planta em MS

A obra da Arauco deve iniciar a partir de 2025, finalizando a construção até o primeiro trimestre de 2028. No auge das obras, 12 mil empregos devem ser gerados no município, enquanto cerca de 2 mil postos de trabalho devem permanecer ativos nas operações industrial e florestal.

O local escolhido para a instalação da empresa é estratégico: fica a 50 km da área urbana de Inocência, na margem esquerda do rio Sucuriú, e a 100 km do rio Paraná. Em termos de logística, a planta ficará a 47 km da ferrovia de bitola larga.

Em Mato Grosso do Sul, a Arauco já possui a Mahal, empresa florestal que tem mais de 60 mil hectares de florestas cultivadas em seis cidades na costa leste sul-mato-grossense: Inocência, Água Clara, Três Lagoas, Aparecida do Taboado, Selvíria e Chapadão do Sul.

A perspectiva é que no auge da operação, sejam explorados 285 mil hectares de eucaliptos. A nova fábrica propõe também ter alta eficiência energética, criando um excedente de energia elétrica de 200 mW oriundo do reaproveitamento de biomassa (cascas, lignina, entre outros insumos) não utilizada no processo da fabricação da celulose.

 

 

 

gov/ms

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *