Petrobras foi a segunda maior pagadora de dividendos no mundo em 2022, com distribuição de US$ 21,7 bilhões
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, comparou nesta terça-feira (20) o volume de dividendos pago pela Petrobras nos últimos anos a presentes distribuídos pelo “Papai Noel”. Segundo ele, essa orientação mudou para que a estatal passe a investir para gerar emprego.
“Sobre Petrobras e dividendos, eu diria que é um atentado contra a população brasileira porque nenhuma empresa privada do mundo, de setor nenhum, distribui um montante desse de valor proporcional ao seu faturamento, ao seu perfil econômico”, afirmou durante almoço com a Frente Parlamentar do Empreendedorismo.
“Boa parte do resultado das empresas é reinvestido para que elas continuem sendo referência no setor em que atuam”, disse.
Em sua visão, caso as grandes empresas de tecnologia tivessem distribuído dividendos como a Petrobras, elas não seriam companhias como as vistas hoje.
“Qualquer empresa do mundo pega o maior volume para reinvestir e continuar sendo forte e valorizar os acionistas da sua empresa e não distribuir como se fosse Papai Noel distribuindo brinquedos no final do ano”, afirmou.
Os elevados dividendos da estatal refletiram uma mudança na política de remuneração aos acionistas em 2019 e foram impulsionadas pela escalada dos preços do petróleo após o período mais crítico da pandemia. Foram alvos de críticas tanto do governo Jair Bolsonaro (PL) quanto da oposição e, agora, estão na mira de Lula (PT).
Em seu relatório semestral sobre remuneração aos acionistas, a Janus Henderson destaca que, em dólares, o volume de dividendos pago pela Petrobras cresceu 138% em relação ao ano anterior, “de longe a maior alta de dividendos no mundo”.
Além de remunerar os acionistas, a Petrobras também é a principal empresa pagadora de dividendos ao Tesouro. Em 2022, os pagamentos da estatal à União representaram 0,6% do PIB (Produto Interno Bruto). Em segundo lugar, ficou o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), com 0,2%.
Costa também aproveitou o evento para cobrar o Banco Central pela queda dos juros. “Todos nós estamos esperando pela queda da Selic [taxa básica] para que possamos comemorar números de crescimento ainda mais expressivos”.
Ele ainda defendeu uma mudança legal para que seja possível o governo trocar o presidente da autarquia. Ele citou o exemplo dos Estados Unidos dizendo que naquele país é possível a mudança.
folhapress