Empresa de Paranaíba se beneficiou de esquema de fraudes tributárias

Uma empresa do ramo de sucatas e alumínios industrializados, sediada em Paranaíba (MS), cujos proprietários são pais e filhos e contavam com apenas dois funcionários, simulava o recolhimento de impostos. Segundo informações passadas,  pela delegada e diretora do Dracco, Ana Cláudia Medina, durante coletiva na Delegacia Geral de Polícia Civil, em Campo Grande, havia um núcleo operacional da organização criminosa montada para as fraudes tributárias e era responsável pela constituição das empresas de fachada, pelo recrutamento de laranjas e toda a logística necessária para colocar o esquema em prática.

Empresa de Paranaíba se beneficia de esquema de fraudes tributárias

Delegada de Polícia e diretora de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), Ana Cláudia Medina

 

A operação Alumidas cumpriu 27 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul e outros quatro estados, sendo 13 em São Paulo, 11 em MS, um no Rio de Janeiro, Belém do Pará e Belo Horizonte. Entre os crimes cometidos estão lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, crime contra a ordem tributária e organização criminosa. As penalidades vão de nove a 28 anos de prisão.

 

A informação foi divulgada durante a entrevista coletiva, acompanhada pelo Delegado Geral, Roberto Gurgel Ferreira Filho, pela Diretora do Dracco, Ana Cláudia Medina, entre outras autoridades. Conforme o delegado geral, estão sendo investigadas 14 pessoas físicas e nove pessoas jurídicas, que simulam compra e venda, geram crédito tributário, e os mesmos, sonegam os impostos.

Empresa de Paranaíba se beneficia de esquema de fraudes tributárias

Delegado Geral da Polícia Civil, Roberto Gurgel Ferreira Filho

 

“A sonegação de imposto reflete diretamente na vida da sociedade, porque sem a arrecadação de impostos não se tem nenhum tipo de investimento. Quando uma empresa ou pessoa física sonega um imposto, ela está se beneficiando do sacrifício de toda a sociedade”, destaca o delegado Roberto Gurgel, afirmando que o prejuízo é coletivo, e não individual.

 

Ação do grupo criminoso

A organização criminosa contratou um casal para realizar a função de um contador, já preso pelo Dracco em 2021 pelos mesmos fatos (fraudes tributárias), onde realizavam o recrutamento e buscavam as empresas necessárias para o esquema criminoso. Um novo contador foi contratado pelo casal, e passou a trabalhar exclusivamente para esse grupo criminoso.

Divulgação/Dracco

Empresa de Paranaíba se beneficia de esquema de fraudes tributárias

Operação Alumidas deflagrada em Mato Grosso do Sul e em outros quatro estados

Em Minas Gerais, foi identificado uma empresa de assessoria contábil, responsável por ensinar os membros em como agir para que a fraude fosse realizada. A empresa também cuidava das entradas e saídas do caixa da organização criminosa.

Divulgação/Dracco

Empresa de Paranaíba se beneficia de esquema de fraudes tributárias

Operação Alumidas deflagrada em Mato Grosso do Sul e em outros quatro estados

 

No estado do Rio de Janeiro, uma empresa de escritório e apoio administrativo foi identificada por realizar diversas transações suspeitas com a empresa beneficiária sediada em Paranaíba (MS).

 

“Nesta terça-feira, no cumprimento das buscas e apreensão, foi apreendido apenas um crachá, e a empresa se quer havia um computador no local, o que é muito natural nestes tipos de fraude”, disse a delegada.

 

No Pará, foi identificado uma empresa, também de fachada, que se apresentava como empresa de instalações e manutenções elétricas.

Divulgação/Dracco

Empresa de Paranaíba se beneficia de esquema de fraudes tributárias

Operação Alumidas deflagrada em Mato Grosso do Sul e em outros quatro estados

 

Em São Paulo, na residência dos proprietários, foram apreendidos patrimônios de alto valor, obtidos por meio do enriquecimento ilícito, além de documentos em pastas de empresas que abriram e fecharam e também documentações que estavam sendo destruídas para obstruir qualquer informação.

 

A operação cumpre os mandados de busca e apreensão, e tem o objetivo de barrar os prejuízos gerados aos cofres públicos. “Estamos tomando medidas cautelares de bloqueio de bens, pois os valores constatados de desvio podem ser ainda maiores. Dessa forma vamos buscar ressarcir os estados”, afirma o Delegado Geral, Roberto Gurgel.

 

 

pc/ms

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