Com aproximadamente 500 fieis, a igreja evangélica Ministério Internacional Restaurando as Nações – MIRN, de Ivonélio Abrahão da Silva, 48 anos, movimentou R$ 15 milhões no período de um ano e dois meses, conforme a quebra do sigilo bancário. A informação consta da denúncia do Ministério Público Federal em decorrência da Operação La Casa de Papel, deflagrada pela Polícia Federal em outubro do ano passado.
O religioso virou réu por integrar a suposta organização criminosa que teria dado golpe de R$ 4,1 bilhões em 1,3 milhão de investidores em dezenas de países. A denúncia foi aceita pelo juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande.
O pastor está preso, assim como o filho, Patrick Abrahão Santos Silva, 24 anos. O herdeiro se apresentava como number one da Trust Investing, usada para dar o golpe, mesmo não tendo autorização para atuar no sistema financeiro pela Comissão de Valores Mobiliários e do Banco Central.
“No entanto, a igreja é pequena, e possui baixo número de fiéis frente aos valores movimentados, contando atualmente com no máximo 500 membros, conforme depoimento do próprio denunciado IVONÉLIO ABRAHÃO perante a autoridade policial”, destacou o MPF na denúncia protocolada no dia 25 de janeiro deste ano.
O dono da instituição religiosa também teve uma movimentação espetacular. “IVONÉLIO ABRAHÃO teve registro de movimentação de mais de R$ 5 milhões no período de 26/02/2021 a 17/03/2021”, destacou a procuradora.
“O RIF mencionou a compra à vista de um imóvel localizado na rua Hilda Muller Villela, 250, casa 2, Recreio dos Bandeirantes – Rio de Janeiro/RJ no valor de R$ 2.600.000,00”, relatou. Ele apontou que tinha R$ 450 mil na poupança. No entanto, a origem do dinheiro nunca foi revelada.
“No entanto, não indicou qualquer origem ou fonte para tais recursos – simplesmente não indicou rendimentos. Ora, no mesmo período a movimentação financeira informada pelas instituições financeiras em nome de IVONÉLIO ABRAHÃO foi de apenas R$ 3.072,00”, destacou.
“As atividades do grupo criminoso iam se renovando ao longo do tempo em que permaneceram aplicando seus golpes. Para cada novo ‘empreendimento’ lançado, os denunciados criavam um suposto lastro financeiro. Inicialmente se respaldavam em esmeraldas. Depois, migraram para produção de energia solar”, afirmou.
Além de Ivonélio e do filho, são réus na ação Cláudio Barbosa, 45, Fabiano Lorite de Lima, 44, Diego Ribeiro Chaves, 34, e Diorge Roberto de Araújo Chaves, 59.
oj