O mês de janeiro vem apresentando rápido aumento nos relatos de ferrugem-asiática nos estados e municípios produtores de soja. De acordo com o levantamento do Consórcio Antiferrugem, na safra 2022/23, há 119 relatos da doença e a ferrugem está presente em nove estados brasileiros. Cerca de 79% das ocorrências em lavouras comerciais na fase de enchimento de grãos. Na mesma época, na safra passada, havia 59 relatos, porém, as condições climáticas eram diferentes – menor volume de chuvas na região Sul do País, Mato Grosso do Sul e Paraguai – o que reduziu a ocorrência da doença. A pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja, explica que a ferrugem está favorecida pelas chuvas bem distribuídas ao longo desta safra. “Em regiões em que as chuvas estão regulares, a doença é mais comum quando ocorre falhas de aplicações de fungicidas ou os fungicidas utilizados têm baixa eficiência para o controle da ferrugem”, explica Godoy.
A comparação da eficiência de fungicidas registrados e em fase de registro para o controle da ferrugem-asiática vem sendo feita em experimentos em rede, realizados desde a safra 2003/2004, no Brasil. Os fungicidas são avaliados individualmente, em aplicações sequenciais, em semeaduras tardias, para determinar a eficiência de controle. Os resultados mais recentes sobre a eficiência dos fungicidas para controle da ferrugem podem ser acessados na publicação Eficiência de fungicidas para o controle da ferrugem- asiática da soja, Phakopsora pachyrhizi, na safra 2021/2022: resultados sumarizados dos ensaios cooperativos
A pesquisadora da Embrapa relata ainda a ocorrência de outras doenças nessa safra. Nas regiões do Cerrado, por exemplo, onde vem ocorrendo boa distribuição de chuvas nas semeaduras iniciais tem-se observado alta incidência de mancha-alvo. Além disso, na região Sul, há relatos de mofo-branco nas regiões mais altas com temperaturas mais amenas e em períodos de menor precipitação a presença do oídio.
Com informações da Embrapa*